terça-feira, 12 de abril de 2011
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Recordes e manias super estranhas #medo
O maior fumante de cigarros do mundo
Modelos super originais usados nas barbas (#fail)
A mascara mais dolorida (abaafaa :s)
Incendio na caixa d'agua.
Incendio na caixa d'agua
E então aconteceu o que nem o leitor vai acreditar: a caixa d'água do sítio pegou fogo. Sim, é verdade o que está grafado nestas linhas.
Além do quê, tudo começou bem cedo, quando faziam um churrasco de domingo. Os cozinheiros sofriam para acender a churrasqueira, tentavam de todas as maneiras, já tinham tentado com uns pães duros de quinze dias, mas o máximo que conseguiam era dar banho de álcool no carvão. Daquele jeito não dava, as mulheres já reclamavam, as crianças choravam de fome e os demais convivas reclamavam de prato na mão, não conseguiam mais se manter só na farofa, no pão com vinagrete e na cerveja, eles queriam picanha, lingüiça, costela, queriam mastigar, queriam carne assada. Enquanto lutava-se para atiçar nem que fosse uma fraca chama ali na churrasqueira, na caixa d'água, postada no alto dum poste acima do banheiro, desprendia um cheiro de queimado.
Começou com o odor da fuligem, depois evoluiu para uma fina fumaça, um fumo acinzentado que se enrolava nos ares, e então apareceram as primeiras brasas. Delas, levantou uma chama fina, contorcendo-se como uma cobra cega envenenada. Alimentada pela brisa, a chama logo virou fogueira.
Começou então o corre-corre. Os avós e tios-avós foram removidos às pressas do ambiente, a fumaça poder-lhes-ia atacar a asma, comprometer o enfisema, dar um ataque do coração e inflamar os joanetes, embora ninguém tivesse um embasamento científico claro sobre isso. Depois foram as crianças, elas poderiam se machucar naquele incêndio, mas as mesmas começaram a pular, gritar e chorar, escapando de sua proteção com mordidas, pontapés, beliscões e pisadas, pois elas queriam ver a caixa d'água pegando fogo.
Numa assembléia informal entre as mulheres, ficou decidido em unanimidade que a parcela masculina deveria se responsabilizar pelo fogaréu. O tio mais novo, recém-saído do seminário, há poucas semanas ordenado padre, pegou do seu crucifixo e tentou exorcizar a caixa, argumentado que aquilo só poderia ser uma artimanha de Lúcifer. Um dos cunhados chatos, pastor protestante, falou que o culpado era o padre, aquele incêndio sobrenatural era culpa deles e de todos os católicos, aqueles pulhas que viviam adorando imagens e seguindo um falso profeta vestido de branco que morava no Vaticano. Brigaram os dois.
Uma das cunhadas, espírita essa que comprava todos os lançamentos em livros psicografados, disse que aquilo era normal, que existiam espíritos zombeteiros que viviam soltos pela terra, pregando peças nos encarnados. Tanto padre quanto pastor argumentaram que aquilo era bobagem. O tio cientista, físico professor da UNICAMP, dizia que aquilo não tinha como acontecer, era inconcebível que a água não apagasse o fogo. Ao que a sobrinha adolescente, uma ametista pendurada no pescoço, anéis nos dedos e incensos no bolso, afirmou categoricamente que aquele fenômeno era possível sim, pois bem poderia a água da caixa estar mais energizada que o fogo, e por isso ela o repelia, segundo princípios duma física mística que parecia não fazer sentido.
Consumida pelas labaredas, a tampa tombou na gramado da casa, quebradiça, quase um pedaço esturricado de carvão. E as chamas continuavam avançando, sem medo da sua maior inimiga desde o início dos tempos.
Uma nuvem de vapor d'água agora emergia do incêndio, misturada à fumaça. A água ali ilhada pelo fogo chiava como uma panela de pressão cozinhando feijão, fervilhava com colinas e mais colinas de bolhas.
- Ei, tá fazendo barulho de panela de pressão! Parece até que tão cozinhando uma panela inteira de feijão...epa, mas tão cozinhando feijão! Sente só o cheiro!
Um aroma apetitoso de feijão bem temperado inundou o sítio inteiro. Mas como, será que algum engraçadinho tinha jogado uns grãos lá dentro para ver se cozinhava? A caixa d'água se assemelhava tanto a uma panela de pressão que, pelos seus inúmeros remendos, cuspia um jato de vapor quente.
O cunhado bêbado e chato (todas as famílias tem um, até a do leitor, aposto), acordando do seu sono ébrio, levantou-se trançando as pernas e alisando o bigode frondoso, ignorando totalmente a caixa d'água em chamas. Dirigiu-se ao banheiro, alheio á confusão.
- Ói, oceis são tudu uns bosta, uns medroso! Afiná prum negócio desse? Eu num tenho medo di nada dessas bosta, i vô no banhêro i nem é pra caga di medo!
Mas a cerveja e as caipirinhas deixaram sua visão de tal maneira obscura que ele não percebeu a névoa que escapulia por entre a fechadura e as frestas da porta. Não ficou nem sessenta segundos dentro do toalete, saiu de lá desesperado, as calças ainda arriadas, só de cuecas:
- Oceis são tudu uns bosta! Eu vô matá o lazarento morfético qui mi sacaniô!
Dentro do sanitário era uma verdadeira sauna úmida, cheirando a eucalipto. Seus rolos de vapor praticamente envolveram toda a casa do sítio, umedecendo todos os cantos. Ficou tão abafado ali que precisaram trancar a porta e vedá-la com fita isolante.
Os homens tentavam controlar o avanço das chamas, até que o poste, espontaneamente, começou a tremer, sacudido com alguma força invisível. Tremeram de medo, e fugiram para trás das bananeiras. Um gêiser levantou-se do meio das chamas, cuspindo uma coluna fervente de água sulfurosa. A fumaça amarelada que apareceu para acompanhar a fuligem e o vapor, segundo alguns, fedia a ovo podre, mas uma tia professora falou que era enxofre, e era muito bom para os pulmões.
O incêndio perdurou até o anoitecer. Munidos de uma mangueira enorme, cortesia do tio bombeiro, o incêndio foi debelado com jatos violentos, e dele só restou a fumaça e umas brasas assoviando. O duro foi que, antes de bombardear a caixa, a mangueira encharcou a churrasqueira, frustrando os planos de assar as carnes. Mas não havia nada de mal, o incêndio até foi benéfico para o sítio, pois as torneiras e o chuveiro ficaram com água aquecida por vários dias ainda, sem precisar gastar nem uma fagulha de energia elétrica.
Com a churrasqueira alagada, guardaram-se as picanhas e costelas no refrigerador. Mas, como na segunda-feira era feriado, decidiram fazer lanches à noite. Trouxeram uma chapa, ligou-se o fogão e abriram-se várias garrafas de cerveja, uma vez que ninguém precisaria se preocupar em acordar cedo no dia seguinte.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
João e Maria (Versão Sec. XXI)
Vivia em uma periferia de São Paulo (em um barraco na favela, melhor dizendo) um pobre marceneiro chamado José da Silva, que era mais conhecido como Zé da Madeira.
Zé da madeira era viuvo, sua mulher Ana, havia morrido quando Maria nasceu, desde então ele vivia com Cida sua nova mulher e seus dois filhos João e Maria.
Até certo tempo tudo ocorria muito bem com a familia, mais ao passar dos anos João e Maria começaram a aprontar bastante, e isso começou a preocupar o pai deles.Os pivetes ficavam na rua o dia todo xingando os vizinhos com palavrões, brigando por pipa, matando aula pra ficar na lan house e aprontando varias outras façanhas.
Já cansado de ouvir advertencias dos vizinhos pelas péssimas brincadeiras dos filhos, também já cansado de ser desobedecido por eles, Zé toma uma atitude drastica, conversa com a esposa a respeito do castigo escolhido para os filhos e logo após a aprovação da mulher resolve por imediatamente em pratica (na verdade ele se arrepende depois da decisão, mais dai não tem mais como voltar atras ).
Ele resolvera junto com a esposa levar os garotos a um lugar muito distante (tipo onde Judas perdeu as roupas, ou até mesmo lá na PQP), com o argumento de ir comprar doces para vender no farol, já que Zé tinha perdido o emprego, e chegando lá eles dois, Zé e Cida, dispistariam os garotos, os deixando na doceria sozinhos.
E assim os fizeram, foram de onibus ao local, como a cidade era bem pequena, foi facil achar a unica doceria que havia ali.O plano de Zé estava indo perfeitamente, só não sabia ele que João e Maria já sabiam de tudo.
Entrando na doceria, os garotos ficaram tão encantados com as guloseimas que nem perceberam quando o pai deu-lhes R$5,00 para comprarem alguns doces e saiu junto com a esposa.
Os garotos deslumbrados, pegaram muitos doces e foram pagar no caixa, mais havia um problema, aquele dinheiro que eles tinham em mão, não era o suficiente para pagar todas aquelas guloseimas, então Maria tomou a iniciativa e começou a contar a sua historia, tentando tocar o vendedor dono da loja:
"Moço ajuda a gente, somos de familia muito pobre, e nossa mãe tem cancer, viemos a essa cidade a procura de emprego junto com nosso pai, mais nos perdemos dele, estamos sem comida e sem lugar para ficar."
João se surpreendeu ao ver pela primeira vez a irmã tomar a iniciativa em alguma coisa.Mas ele que não era burro nem nada, estava um pouco desconfiado do velho dono da loja, ele olhava de um jeito bem estranho para Maria, parecia querer come-la com os olhos (literalmente). Então puxou a irmã e perguntou:
"O que é que voce esta fazendo?"
"Ué estou fazendo o que voce me disse, enganando trouxas."
"A menina ainda é bem novinha, mais ja tem umas pernas grossas, se espremesse bem daria um bom caldo.Já o garoto é bem interessante".
Interrompendo a conversa dos garotos, ele disse que enquanto eles não achassem lugar para ficar, podiam ficar na casa dele e comer lá também de graça.
João achou essa história bem suspeita mais concordou.
Enquanto Maria estava sentada no colo do homem (ele fazia questão que ela sentasse no colo dele) o vendo mexer no caixa, o garoto começou a mexer em algumas coisas que estavam ali perto, e então achou um celular (que com certeza era do dono da loja), o garoto disfarçadamente pegou o aparelho e o enfiou dentro do bolso sem que ninguem percebesse.
Passado algumas horas, o homem fechou a loja e levou as crianças para a sua casa. Chegando lá o velho sentiu a falta do seu celular e voltou a loja para pega-lo, deixando os novos hospedes em sua casa.
Sozinhos João e Maria começaram a reinar naquela casa tão grande e luxuosa, então Maria encontrou um album de fotos com umas fotos bem estranhas de crianças "brincando" um tipo de brincadeira diferente.Chamou João para mostrar o que tinha encontrado, quando o garoto viu as fotos, concluiu as suas suspeitas.
Não demorou muito para o velho chegar, quando chegou fez um refresco para eles , João se recusou a tomar, inventando uma desculpa de que só tomava com canudinho, então o dono da loja voltou a cozinha para pegar o que o menino queria, enquanto isso João trocou os copos, colocou o seu no lugar do velho.

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